terça-feira, 31 de março de 2009

A Vontade de Deus para a sua vida

A vontade de Deus para sua vida
Efésios 5:17-21

Introdução
Não há nada melhor do que está no centro da vontade de Deus. O apóstolo Paulo afirma que “a vontade de Deus é boa, agradável e perfeita” (Rm 12:2). Recordo-me do grande missionário Simonton, quando, ainda estudante de teologia no Seminário de Princeton (EUA), foi vocacionado por Deus para trazer o evangelho ao Brasil. Seus amigos o alertaram dos grandes perigos que o esperavam. Diante de tantos argumentos contrários a sua vinda, Simonton disse: “o lugar mais seguro para se estar é no centro da vontade de Deus”. Perigoso é estar onde Deus não deseja que estejamos. Perigoso é fazer aquilo que Deus não nos chamou para fazer. Sendo assim, a maior preocupação do cristão deveria ser a busca incessante pela vontade de Deus.
Quando há uma motivação em buscar a vontade de Deus é preciso entender algumas coisas:

1 – A vontade de Deus nem sempre é a nossa vontade (Is 55:8,9);
2 – Às vezes, a vontade de Deus contraria aquilo que tanto desejamos
3 – A vontade de Deus deve estar acima da nossa vontade (Mt 8:10; Mt 26:39)
Esse assunto permeia o capítulo 5 da carta de Paulo aos Efésios. O verso 17 diz: “Procurai compreender qual a vontade do SENHOR”. Portanto, a preocupação de Paulo, neste momento, é desvendar aos crentes que residiam em Éfeso, qual era a vontade de Deus para a vida deles.

1 – Viver uma vida cheia do Espírito Santo (v. 18)

Paulo faz uma analogia excludente entre embriagar-se e viver uma vida plena do Espírito. Porque Paulo faz essa analogia? Em Éfeso havia um culto dedicado ao deus Baco (deus do vinho). Esse culto era marcado pela embriaguez com a qual os seus adoradores se submetiam. Essa adoração era marcada pela dissimulação e torpeza, uma vez que as pessoas, quando sob efeito do álcool, realizavam práticas inaceitáveis. A palavra traduzida como dissolução (no grego, asotia) significa literalmente alguém que vive um vida libertina, desenfreada. Segue abaixo algumas traduções desse texto:
Versão Almeida Revista e Atualizada - “E não vos embriagueis com vinho, no qual há dissolução, mas enchei-vos do Espírito”.

Nova Versão Internacional - “Não se embriaguem com vinho, que leva à libertinagem, mas deixem-se encher pelo Espírito”.

Bíblia de Jerusalém - “E não vos embriagueis com vinho, que é uma porta para a devassidão, mas buscai a plenitude do Espírito.”

O paralelo traçado pelo apóstolo Paulo não é por acaso. Existem semelhanças e diferenças entre uma pessoa que é controlada pelo álcool e uma pessoa que é controlada pelo Espírito Santo. Senão Vejamos
Características de um embriagado:
a) Perde o medo. O camarada era um frouxo, covarde. Mas quando embriaga-se vira um lampião, corajoso, destemido e valentão.
b) Perde a vergonha. O camarada é tímido, introspectivo, comedido. Mas quando embriaga-se fica extrovertido, conversador e desinibido.
c) Perde a tristeza. O sujeito fica alegre, com a auto-estima elevada. Entretanto, essa alegria é passageira, dura apenas os minutos em que ele está sob o efeito do álcool.

Os efeitos produzidos pela embriaguez na vida de uma pessoa são os mesmos produzidos na vida de uma pessoa cheia do Espírito Santo. O homem cheio do Espírito Santo não tem medo, pois compreende que o SENHOR está ao seu lado. Do mesmo modo, não tem vergonha de testemunhar de Cristo, pois sente profunda alegria em fazê-lo. As semelhanças param por aqui. A partir dessas considerações, passemos a pontuar os contrastes entre um e outro.
O Rev. Hernandes Dias Lopes, comentando os desdobramentos da embriaguez, acentua: “O resultado da embriaguez é a dissolução (asotia). As pessoas que estão bêbadas entregam-se a ações desenfreadas, dissolutas e descontroladas. Perdem o pudor, perdem a vergonha, conspurcam a vida, envergonham o lar. Trazem desgraças, lágrimas, pobreza, separação e opróbrio sobre a família. Buscam uma fuga para os seus problemas no fundo de uma garrafa, mas o que encontram é apenas um substituto barato, falso, maldito e artificial para a verdadeira alegria. A embriaguez leva à ruína”.
Entretanto, os resultados produzidos pelo Espírito Santo na vida de uma pessoa são diametralmente opostos. Na embriaguez o homem perde o controle de si mesmo; no enchimento do Espírito ele não perde, ele ganha o controle de si, pois o domínio próprio é fruto do Espírito. Outro fator que merece destaque diz respeito ao curto efeito produzido pelo álcool. Enquanto uma pessoa embriagada tem uma alegria momentânea que, após o efeito do álcool, gera, posteriormente, tristeza e depressão, a pessoa que está cheia do Espírito Santo tem uma alegria que permanece para sempre, independente da situação.
Ainda é importante destacar que esse trecho das Escrituras possui uma dinâmica bem diferenciada. O apóstolo Paulo utiliza um imperativo e quatro particípios: enchei-vos + falando + louvando + dando graças + submetendo. A idéia transmitida é a apresentação de uma ordem e, após isso, quatro passos a serem seguidos com o objetivo de cumprir a ordem dada. Portanto, se a ordem expressa é ser cheio do Espírito, então, agora precisamos examinar os passos que devem ser seguidos para tal enchimento.

Como encher-se do Espírito?
Há que se fazer uma distinção entre ter o Espírito Santo e ser cheio do Espírito Santo. A rigor, todos, absolutamente todos os crentes já são detentores do Espírito Santo. O apóstolo Paulo, nesta mesma carta, afirma que todos os cristãos foram “selados com o Santo Espírito da promessa; o qual é o penhor da nossa herança” (Ef. 1:13). Então, Paulo utiliza-se de duas palavras para afirmar, categoricamente, a presença do Espírito Santo em nós. Primeiramente ele diz que é o selo. Posteriormente, ele diz que é o penhor. A palavra penhor, originalmente é arrabon, referia-se a uma caução, dinheiro dado como sinal para assegurar uma compra. Era uma palavra muito utilizada para aludir a uma transação comercial.
Assim sendo, está explícito o fato de que todo possui um selo, um carimbo, uma caução. Esse selo é o Espírito Santo. Mas, é exatamente aqui que Paulo traça um paralelo importante. Há uma grande diferença em ter o Espírito e ser cheio do Espírito. É o que alguns teólogos chamam de batismo do Espírito e plenitude do Espírito. Portanto, o que o apóstolo Paulo está recomendando não é para as pessoas buscarem o Espírito Santo, pois elas já o possuíam. A recomendação paulina é para que elas se encham do Espírito.
Antes de mergulharmos mais profundamente no texto, duas proposições devem ser consideradas:

a) O batismo com o Espírito Santo é um ato exclusivo da soberania de Deus enquanto a plenitude do Espírito é uma conseqüência da vida de santidade que levamos diante do SENHOR. Ninguém pode ser cheio do Espírito vivendo na prática do pecado. Ninguém pode ser cheio do Espírito com atitudes e comportamentos que comprovem exatamente o contrário.
b) O batismo com o Espírito Santo é um ato único, enquanto a plenitude do Espírito deve ser cultivada diariamente na vida de cada crente. Enquanto o batismo é feito por Deus, o enchimento tem a participação humana. Uma vida cheia do Espírito é o resultado de uma vida piedosa e consagrada ao SENHOR.

“Enchei-vos” não é uma proposta alternativa, uma opção, mas um mandamento de Deus. Ser cheio do Espírito é obrigatório, não opcional. Não ser cheio do Espírito Santo é pecado. O verbo encher está no imperativo o que indica ser uma ordem expressa. Certa vez, em uma Igreja Batista do Sul dos EUA, um diácono foi excluído da igreja por embriaguez. Billy Graham perguntou: algum diácono já foi excluído por não ser cheio do Espírito Santo? A recomendação de Deus para a Igreja é que seus líderes sejam, antes de tudo, homens e mulheres cheios do Espírito Santo (Atos 6:3).
Para viver uma vida cheia do Espírito Santo é preciso:

1 – Encher-se da Palavra
A primeira orientação do apóstolo Paulo é “Falando entre vós com salmos...” (v. 19). O livro dos Salmos é uma porção das Escrituras. O conhecimento que temos da Bíblia é igual ao conhecimento que temos acerca de Deus. Uma vez que a Palavra de Deus é a única fonte fidedigna da revelação divina, ela goza do status de verdadeiro conhecimento. Assim sendo, se o cristão deseja conhecer mais acerca do Deus a quem serve, não há outro lugar para adquirir tal conhecimento senão nas Escrituras. É importante notar que as palavras proferidas pelo cristão cheio do Espírito Santo tem como base a Palavra de Deus. Na carta endereçada à Igreja em Colossos, o apóstolo recomenda: “Habite, ricamente, em vós a palavra de Cristo...” (Cl 3:16).

2 – Viver em Adoração
O apóstolo segue dizendo “entoando e louvando de coração ao SENHOR” (v. 19). Não se trata de uma adoração fria e desprovida de sentido. Pelo contrário, é feita de coração. Às vezes nos queixamos da frieza de nossos cultos na Igreja. Caio Fábio, certa vez, disse: “Se não há culto na vida, não há vida no culto”. Assim, aquilo que acontece no culto dominical é o resultado daquilo que aconteceu durante a semana. Uma vida fria produzirá um louvor frio e, no máximo, morno. Nessa perspectiva, o servo de Deus que deseja ser cheio do Espírito Santo deve adotar a adoração não como um simples momento cúltico, mas como um estilo de vida.

3 – Ter um coração grato
Em seguida, o apóstolo Paulo acrescenta: “dando sempre graças por tudo a nosso Deus e Pai...” (v. 20). O crente cheio do Espírito está cheio não de queixas, de murmuração, mas de gratidão. A história do povo de Israel nos mostra claramente que não há nada que aborreça mais a Deus do que a murmuração. O coração do homem é um poço de insatisfação. Nós adoramos a Deus pelo que ele é, mas agradecemos por aquilo que Ele faz. A Palavra de Deus assim nos recomenda: “em tudo, daí graças, porque esta é a vontade de Deus em Cristo Jesus para convosco” (I Ts 5:18).

4 – Ser submisso
O verso 21 completa: “Sujeitando-vos uns aos outros no temor de Cristo”. Uma pessoa cheia do Espírito não pode ser altiva, arrogante e nem mesmo soberba. A submissão é um conceito que poucos estão aptos a seguir. Isso se dá porque a submissão exige que nós abramos mão do nosso orgulho. A submissão requer, acima de tudo, humildade. Charles Swindoll disse que a humildade é a única virtude que nunca alcançaremos na sua plenitude. Aquele que um dia achar que alcançou a humildade acabou de perdê-la.
A submissão irá permear todos os nossos relacionamentos interpessoais. Uma leitura cuidadosa do final do capítulo 5 de Efésios perceberá que a submissão irá balizar os relacionamentos conjugais, os relacionamentos familiares (pais-filhos) e os relacionamentos trabalhistas. Assim sendo, o cristão cheio do Espírito Santo não é alguém que vive a plenitude do Espírito apenas na Igreja, mas seus frutos estão espalhados por onde quer que ele passa. É exatamente fora dos portões da Igreja que temos a maior necessidade de sermos cheios da graça do SENHOR.
Rev. Daniel Sampaio Mota

Celebração do Amor

Celebração do Amor
Cântico dos cânticos

“O casamento pode ser um jardim engrinaldado de flores ou um deserto causticante e inóspito. O casamento pode ser um lugar de liberdade ou uma prisão e uma masmorra, lugar insalubre e perigoso. O casamento pode ser um projeto de felicidades ou uma arena de brigas, contendas, decepções e lágrimas” (Rev. Hernandes Dias Lopes, sermão pregado no programa Verdade e Vida).

Introdução
O projeto de Deus é que a nossa casa seja uma antecipação do céu. O nosso lar deve ser o lugar mais desejado, o lugar mais gostoso para se estar. Entretanto, isso está muito distante de ser uma realidade na vida de muitos casais. Por quê? Proponho uma análise do casamento na história.
Na Idade Média, o casamento era considerado um mal necessário. O casamento havia acontecido por causa da queda. Entretanto, aqueles que desejavam viver uma vida de santidade deveriam, obrigatoriamente, absterem-se do casamento e, por conseguinte, das relações sexuais, assumindo assim o voto do celibato. Ainda hoje, há uma corrente mais conservadora do catolicismo que defende que o sexo tem como único objetivo a procriação.
Os reformadores trouxeram uma nova visão acerca do matrimônio. João Calvino afirmou que o vínculo do casamento é mais sagrado que o vínculo que prende os filhos aos seus pais. Os puritanos, por sua vez, resgataram o princípio de que o casamento é um estado de excelência maior do que o celibato. O casamento foi instituído por Deus antes da queda. Os puritanos acreditavam que o casamento e a família era a forma mais sublime de Deus expressar o seu amor.

Curiosidades do livro de Cantares
No hebraico é definido como shir hashirim (o mais excelente dos cânticos). Na Septuaginta, Asma ou Asma Asmáton. Na Vulgata latina Canticum Canticorum. O nome do livro é uma expressão que está no grau superlativo: “o mais belo de todos os cânticos”.
Alguns rabinos proíbem a leitura para menores de 30 anos de idade. O conteúdo do livro é tão diferente de todo o restante da Bíblia que muitas pessoas chegam a se perguntar o que este livro está fazendo na Bíblia. Entretanto, este livro é tido pelos judeus como um dos mais importantes livros poéticos. Inclusive, ele está incluído no Meguilot (conjunto de 5 livros do cânon judaico que são lidos apenas em dias de festa). O livro de Cantares é tão importante que sua leitura é feita na mais importante data do judaísmo: a páscoa.
Dada a complexidade do livro, alguns biblistas sugerem diferentes sentidos para ele. Há basicamente três sentidos atribuídos ao livro de Cantares, sendo eles:
1 – Sentido Histórico: A saudade do povo pelo seu rei (remontando o período do exílio);
2 – Sentido Literal: O amor decidido entre um casal apaixonado;
3 – Sentido Alegórico: O amor entre Cristo e sua Igreja; Iawé e Israel
Mas qual é a intenção principal do livro de Cantares? O livro é a celebração de um casamento. Entretanto, o tema central do livro não é casamento, mas o amor. Contudo, o autor sagrada expressa no casamento a expressão máxima do amor. O livro de Cantares é um convite de volta ao paraíso. Sua narrativa é descrita através de um cântico pré-nupcial, onde o noivo e a noiva declamam versos de amor um ao outro.
Os judeus levam o matrimônio muito a sério. O casamento, dentro do judaísmo, tem uma dimensão espiritual. Não são apenas duas pessoas que se juntam, mas duas criaturas que fazem uma aliança eterna diante de Deus. Alguns consideram o dia do casamento como o Yom Kippur pessoal. Por isso, os noivos são orientados a recitar salmos e buscar a santificação, pedindo perdão pelos pecados cometidos no passado, enquanto se purifica e se prepara para o futuro.
A celebração do amor no casamento
1 – Passa pelo romantismo
Romantismo por parte do homem (2: 10-14; 4:9-11)
Romantismo por parte da mulher (1:2-4)
“desfaleço de amor” (2:5)
“que desfaleço de amor” (5:8)
Foi realizada uma pesquisa recentemente para levantar quais são as principais queixas por parte das mulheres no relacionamento conjugal. Os números são impressionantes:
95% das mulheres reclamam da falta de romantismo;
98% das mulheres reclamam da falta de carinho.
Ou seja, a principal queixa das mulheres diz respeito à afetividade. Não há nada que fira mais o coração de uma mulher do que a rudez do marido. A grosseria causa feridas profundas na alma de uma mulher. Sabe qual é a função principal do homem no casamento? Alguns acreditam que a provisão. Entretanto, o apóstolo Paulo, escrevendo aos efésios, destaca que a função primeira do homem é amar. “Maridos, amai vossa mulher...” (Ef. 5:25).

Seja romântico! Quando vocês namoravam, tudo o que você fazia tinha um único objetivo: impressionar. E você era criativo. É preciso resgatar a criatividade dentro do relacionamento. Qual a última loucura que você fez por seu cônjuge?

2 – Passa pelo elogio
Elogio por parte do homem (1:8-11). Este é um homem atento, que nota os mínimos detalhes da mulher. Note que, neste verso, Salomão está reparando atentamente nos detalhes da roupa e enfeites de sua esposa. A própria mulher reconhece que o seu esposo é um conquistador (5:16).
Elogio por parte da mulher (5:10-15). Esta mulher elogia o porte físico do seu marido.
Nunca deixe de elogiar o seu cônjuge.

3 – Passa pelo prazer sexual

(7:1-2) – Salomão descrevendo a nudez de sua esposa
(7:10-13) – Sulamita convidando seu esposo a fazer amor com ela
Não devemos ter vergonha de falar sobre aquilo que Deus não teve vergonha de criar. O que é o livro de Cantares? É um cântico pré-nupcial, recheado de uma linguagem erótica. Ao examinarmos o texto de 1 Coríntios 7:3-5, percebemos que aquilo que é proibido fora do casamento é ordenado dentro do casamento. O sexo é uma ordenança de Deus. A primeira ordem, ou mandamento, registrado no livro de Gênesis é “sede fecundo e multiplicai-vos...” (Gn 1:28).
O livro de Provérbios declara: “Seja bendito o teu manancial, e alegra-te com a mulher da tua mocidade, corça de amores e gazela graciosa. Saciem-te os seus seios em todo o tempo; e embriaga-te sempre com suas carícias” (Prov. 5;18,19).

4 – Passa pela valorização (8:7)
Hoje a riqueza de um homem é calculada pela quantidade de bens que ele possui. O respeito é baseado na conta bancária. A felicidade é o resultado daquilo que o homem conquistou. Por isso, a busca pela felicidade está fora do seu lar: é o sucesso no trabalho e a ascensão profissional. Entretanto, as Escrituras apresentam um tesouro mais elevado. A felicidade não está fora, mas dentro da nossa casa (Sl 127:1,2). Dr. Augustus Nicodemos disse “aquele que não é feliz dentro de casa não pode ser feliz em lugar algum”. A maior riqueza é a família!
O valor que damos a determinadas coisas está intimamente ligado ao tempo que dedicamos a ela. Assim, se queremos, de fato, valorizar nossa família, devemos, então, dispensar tempo para ela. O melhor do seu tempo deve ser para o seu cônjuge.


5 – Pelo sacrifício (Efésios 5: 25-33)

O amor é sacrificial. Amar tem um preço. E o preço do amor é muito alto porque dinheiro nenhum no mundo pode comprar o amor. O apóstolo Paulo afirmou que “ainda que eu distribua todos os meus bens aos pobres..., se não tiver amor, nada disso me aproveitará” (I Co 13:3). C. S. Lewis disse que “amar é doar-se a si mesmo”.
O maior paradigma do amor é Deus. É um amor incondicional. Philip Yancey disse: “não há nada que eu possa fazer para Deus me amar mais; não há nada que eu possa fazer para Deus me amar menos”. Não há nada que faça Deus mudar de idéia. Não há absolutamente nada que arranhe o amor dele por nós. Quando Paulo disserta acerca do relacionamento conjugal, é exatamente esse tipo de amor que ele evoca. Assim como Deus amou a Igreja, assim também o marido deve amar sua esposa. Percebe, em nenhum lugar há uma recomendação dizendo para a mulher amar o marido. O que a Bíblia requer é que a mulher honre o seu esposo. Mas, a função de amar é dada ao homem. O homem foi feito para amar e a mulher para ser amada.
O nosso amor não deve ser baseado numa relação de barganha. Mas numa doação integral ao nosso cônjuge.



Conclusão
Para a conclusão deste sermão, gostaria de compartilhar um fragmento de um poema de Kalil Gibram, em sua obra O Profeta:

Alguém pediu ao profeta: “Fala-nos sobre o amor”
Ele ergue a fronte e olhou para a multidão,
E um silêncio caiu sobre todos, e com uma voz forte, disse:
Quando o amor vos chamar, segui-o,
Embora seus caminhos sejam agrestes e escarpados;
E quando ele vos envolver com suas asas, cedei-lhe,
Embora a espada oculta na sua plumagem possa ferir-vos;
E quando ele vos falar, acreditai nele,
Embora sua voz possa despedaçar vossos sonhos como o vento devasta o jardim.
Pois, da mesma forma que o amor vos coroa, assim ele vos crucifica.
O amor nada dá senão de si próprio
E nada recebe senão de si próprio
O amor não possui, nem se deixa possuir
Porque o amor basta-se a si mesmo.
Rev. Daniel Sampaio Mota

quinta-feira, 26 de março de 2009

Por que sofremos?

Por que sofremos?
Salmo 42


Se Deus é bom, por que coisas ruins acontecem a pessoas boas? Essa é, com certeza, a pergunta mais inquietante de toda a Escritura. O que mais nos perturba é ver o sofrimento do inocente. É difícil entender o porquê que o justo, muitas vezes, recebe como pagamento da justiça a injustiça.
O problema do sofrimento assola a compreensão humana. O próprio salmista registra sua angústia: “Até quando Senhor? Esquecer-te-ás de mim para sempre? Até quando ocultarás de mim o rosto?” (Sl 13:1).
Está em voga hoje o que o Rev. Ricardo Barbosa chamou, em seu livro O caminho do coração, de Teologia da Retribuição. É uma teologia que leva o homem a buscar e servir a Deus pela recompensa que pode receber. Também chamada por Caio Fábio de Teologia da Barganha. Como funciona essa teologia? É a lógica da causa e efeito: Deus abençoa o justo e pune o ímpio. Entretanto, essa abordagem não tem muito espaço nas Escrituras. Como explicar o sofrimento de Jó? Como explicar o sofrimento do apóstolo Paulo? Pessoas inocentes que nada fizeram para merecerem o sofrimento que as alcançou.

Entendendo o sofrimento

I – O Sofrimento tem sua origem no pecado
O Rev. Hernandes Dias Lopes afirma que “o sofrimento é filho do pecado”. Deus não criou o homem com o propósito de fazê-lo sofrer. Pelo contrário, a criação foi realizada com o propósito de que o homem gozasse da presença eterna e constante de Deus. A enfermidade, a dor, o sofrimento e as demais mazelas que assolam a vida tiveram sua origem no pecado.
O pecado contaminou toda humanidade. E, por causa disso, todos nós estamos sujeitos e vulneráveis ao sofrimento. O sofrimento é uma praga que afeta todas as pessoas. Ela não respeita idade, sexo, religião nem status social. O rico sofre, o pobre sofre, o homem sofre, a mulher sofre, a adulto sofre, a criança sofre. O sofrimento é um problema universal.

II – O Sofrimento “pode ser” provocado pelo diabo
A Bíblia diz que ele veio para matar, roubar e destruir (Jo 10:10). O inimigo de nossas almas é incansável na arte de tentar. Ele está sempre procurando uma brecha em nossas vidas para arruiná-las. Porém, é preciso desmistificar essa afirmação. Hoje, há uma tendência natural em culpar Satanás por tudo. Entretanto, uma leitura cuidadosa das Escrituras nos mostrará que nem todo sofrimento é, de fato, causado pelo inimigo.

III – O sofrimento pode ser produzido por nós
Muitos dos nossos sofrimentos são conseqüências de escolhas incertas. São desdobramentos de atitudes erradas. São conseqüências de pecados que, embora perdoados, ainda assim geram seus efeitos. Deus anula nossos pecados, mas não as consequências que ele traz. Alguns personagens bíblicos, como Jacó, Davi e Sansão, podem ser elencados para ilustrar essa verdade. Homens que experimentaram o sofrimento por causa de seus próprios erros.

IV – O sofrimento tem um propósito divino
A Bíblia afirma que “todas as coisas cooperam para o bem daqueles que amam a Deus” (Rm 8:28). Assim, nada em nossa vida acontece por acaso. Todas as coisas que nos suscedem estão debaixo do controle absoluto de Deus. Ao olharmos para a história de José e nos depararmos com a dor que ele sofreu, é possível perceber que Deus estava trabalhando nos bastidores para um bem maior.
V – O sofrimento revela quem realmente nós somos.
O sofrimento revela nossa fragilidade e vulnerabilidade. No sofrimento a nossa fé é testada. É exatamento no deserto que colocamos para fora aquilo que está no nosso coração. O grande reformador João Calvino dizia que “o verdadeiro cristão se conhece em dias de angústia”. São exatamente em dias de crise que temos a grande oportunidade de vislumbrar a profundidade do nosso relacionamento com Cristo. Até mesmo Freud, pai da Psicanálise, admitiu que “uma vida sem turbulência não frutifica”. Há um valor terapêutico no sofrimento. Na prova nossa fé é testada e nosso compromisso com Cristo é posto em xeque.


Rev. Daniel Sampaio Mota

sexta-feira, 20 de março de 2009

Tesouros perdidos dentro de casa

Tesouros perdidos dentro de casa
A parábola do dracma perdido
Lucas 15:8-10

Introdução
Os maiores tesouros que temos estão dentro da nossa própria casa. As maiores alegrias que temos estão dentro da nossa casa. Às vezes, inúmeras pessoas buscam a felicidade em tantas outras coisas (trabalho, dinheiro, títulos, etc.) e negligenciam o convívio familiar. Entretanto, aquele que não é feliz em casa não poderá ser feliz em lugar nenhum. As maiores. Definitivamente, as maiores alegria que alguém pode experimentar está dentro do seu próprio lar. Isso se deve porque os maiores tesouros que temos estão dentro de casa – nossa família.
O contrário também é verdadeiro. As dores mais agudas são provocadas dentro da nossa casa. Os maiores sofrimentos que temos ocorre no seio familiar. Exemplos disso são as perdas que sofremos em nossa família. A perda de um filho, a perda do marido, a perda do pai ou mãe e mesmo a perda de um ente familiar querido. Não há nada que produza mais sofrimento à alma humana do que dores que tem sua origem na família.
O texto em questão fala sobre uma perda. Jesus conta uma parábola cuja protagonista é uma mulher. A trama que envolve a história gira em torno de uma dracma perdida. O texto afirma que ela tinha dez dracmas e, por descuido, perdeu um deles. A dracma era uma moeda muito preciosa nos dias de Jesus. Entretanto, o dracma tinha mais que um valor monetário. Alguns comentaristas afirmam que o conjunto de dez dracmas formavam um colar que simbolizava o compromisso da mulher com seu cônjuge. Os dez dracmas eram o símbolo visível de uma aliança invisível e eterna. Portanto, havia um valor sentimental, espiritual e familiar. Por isso, o texto discorre a preocupação da mulher ao perder uma única dracma, mesmo ainda tendo outras nove.
Outro fato importantíssimo a ser destacado diz respeito ao local onde aconteceu a perda. A Bíblia afirma que a mulher perdeu a dracma dentro de sua própria casa. Não foi na rua nem nos arredores. Trata-se de uma perda dentro de casa. A psicologia afirma que a perda tem a forte tendência de nos paralisar. Muitas pessoas ficam simplesmente estáticas. Não sabem o que fazer. Não vêem saídas. Entretanto, o texto afirma que essa mulher teve outra postura. Ela não ficou paralisada e nem mesmo deu lugar ao desespero. Essa mulher torna-se um paradigma para achar tesouros perdidos dentro de casa. A parábola nos ensina que devemos tomar três atitudes para recuperar nossos tesouros:

1 – Buscar direção

O texto afirma que a primeira atitude dessa mulher quando notou a ausência de uma dracma foi acender uma candeia. As casas na Palestina eram escuras, sem luz e quase sem janelas. Ela, então, chega à conclusão de que é impossível encontrar algo no escuro. Se há algo perdido precisamos buscar direção em:
a) Jesus. O próprio Cristo afirmou: “Eu sou a luz do mundo; quem me segue não andará nas trevas; pelo contrário, terá a luz da vida” (Jo 8:12). Jesus é a luz que precisamos para recuperar aquilo que foi perdido. Apenas a presença iluminadora de Jesus poderá nos dar uma direção clara. Acenda uma luz na sua casa! Essa luz é Jesus. Peça o SENHOR para trazer luz onde há escuridão.
b) Palavra de Deus. O salmista percebeu que a Palavra de Deus é poderosa para guiar nossos passos em segurança. Caminhar no escuro é difícil. Por isso precisamos de luz, para que possamos pisar em lugares seguros. Assim, ele conclui: “Lâmpada para os meus pés é a Tua Palavra e luz, para os meus caminhos” (Sl 119:105).

2 – Esforço

O texto afirma que após acender uma candeia, a mulher logo providenciou uma vassoura e passou a varrer a casa. Sua atitude desencadeou num grande esforço. Levantou a poeira que estava posta sobre sua residência. Tirou os móveis do lugar. Agachou-se para procurar. É possível perceber que essa mulher realizou uma verdadeira faxina em sua casa. Isso nos ensina que devemos nos esforçar grandemente na busca daquilo que foi perdido. Thomas Edson disse que “a fórmula do sucesso é 90% de transpiração e apenas 10% de inspiração”. Se você deseja vencer, deve estar disposto a suar a camisa.
Há uma tendência humana em fugir de problemas. Constantemente evitamos tratar de determinados assuntos, porque para elucidá-los será necessário lançar mão de grandes esforços. Contudo, não podemos empurrar a sujeira para debaixo do tapete. Devemos nos esforçar grandemente com o intuito de resgatar as perdas que sofremos.

3 – Busca diligente
O evangelista Lucas diz que a mulher “procurou diligentemente até encontrar”. É possível destacar três fatores que a influenciaram para que ela fosse bem sucedida na sua busca:
a) Busca incansável. Ela não descansou enquanto não achou a dracma. Ela não mediu esforços para alcançar o seu objetivo. Lançou mão de todos os meios e recursos que estavam à sua disposição.
b) Busca meticulosa. Ela buscou em todos os cômodos da casa, observando cuidadosamente cada parte.
c) Busca perseverante. Ela só parou quando encontrou aquilo que procurava. Só uma coisa parou essa mulher: a vitória. Ela não desistiu enquanto não a alcançou. A palavra perseverança pode ser definida assim: “continuar sempre e nunca desistir”.

Conclusão
Essa parábola está inserida num contexto muito particular do discurso de Jesus. Jesus conta três parábolas seguidas cujo objetivo era o mesmo: discorrer acerca da Salvação. Perceba a dinâmica das três parábolas:
1 – A parábola da ovelha perdida (vv. 3 – 7);
2 – A parábola da dracma perdida (vv. 8 – 10);
3 – A parábola do filho pródigo ou filho perdido (vv. 11 – 32).
Na primeira parábola uma ovelha está perdida. Na segunda parábola uma dracma está perdida. Na terceira parábola um filho está perdido. Em todas as parábolas acontece o reencontro. O pastor deixa as noventa e nove no deserto e vai em busca da única ovelha que havia se perdido. A mulher não leva em conta que ainda tinha nove dracmas, mas busca incansavelmente a única dracma que havia se perdido. E o pai, embora ainda tivesse o filho primogênito dentro de casa, não descansou enquanto seu outro filho voltasse para casa.
O que a mulher faz quando encontra a dracma? Diz o texto “E, tendo-a achado, reúne as amigas e vizinhas, dizendo: Alegrai-vos comigo, porque achei a dracma que eu tinha perdido” (v. 9).
O que acontece quando o pastor encontra sua ovelha? Assim afirma a Escritura: “Achando-a, põe-na sobre os ombros, cheio de júbilo. E, indo para casa, reúne os amigos e vizinhos, dizendo-lhes: Alegrai-vos comigo, porque já achei a minha ovelha perdida”. (vv. 5 – 6).
O que acontece quando o pai reencontra o seu filho? O evangelista narra: “O pai, porém, disse aos seus servos: Trazei depressa a melhor roupa, vesti-o, ponde-lhe um anel no dedo e sandálias nos seus pés; trazei também e matai o novilho cevado. Comamos e regozijemo-nos”. (vv. 22 – 23).
Nos três casos acontece uma grande festa. E o próprio Jesus afirma que essas histórias exemplificam o que acontece no céu. “Eu vos afirmo que, de igual modo, há júbilo diante dos anjos de Deus por um pecador que se arrepende” (v. 10). Jesus conclui a parábola no verso 10 e, esse verso, torna-se a chave hermenêutica para se compreender a moral da história. Nós somos a dracma perdida. Da mesma maneira, somos a ovelha perdida e filho perdido.
Deus não mediu esforços até que nos resgatou. Deus não descansou até garantir a nossa salvação. Assim, você é personagem nessa parábola.
Nesse sentido, o próprio Deus tornou-se modelo para nós. Se desejamos reencontrar tesouros perdidos dentro da nossa própria casa, então, devemos buscar direção, esforçar-nos e buscar diligentemente.
Qual tesouro você perdeu dentro da sua casa? Possivelmente, alguns dracmas possam estar perdidos em sua família:
- O respeito dos filhos
- O carinho do cônjuge
- Fidelidade conjugal
- Fidelidade ao SENHOR
- O diálogo
- A vida devocional
- O prazer pela casa de Deus
- O prazer pela oração e leitura da Palavra.
Você precisa identificar qual dracma você perdeu. E, assim que identificar, iniciar a busca por ele. Nada é mais urgente do que restaurar as bases da nossa casa. O Pr. Josué Gonçalves afirma com muita propriedade “nenhum sucesso compensa o fracasso da nossa família”.
Rev. Daniel Sampaio Mota

quinta-feira, 19 de março de 2009

A agonia da cruz


A agonia da cruz
Mateus 27. 26-50

Introdução
Qual o significado da cruz?
Hoje a cruz possui um significado diferente daquele que tinha no primeiro século. A cruz hoje é um objeto de veneração. Usada como jóia requintada ou em escultura artística. A cruz se transformou em algo belo. Hoje a cruz é usada como adorno, como colar, como quadro. As pessoas do primeiro século ficariam chocadas em ver o tratamento que damos hoje a cruz. Na época de Jesus a cruz tinha um único significado – morte. Mas não qualquer morte. Significava a mais hedionda e angustiante morte imaginável.

Por que esse foi o tipo de morte destinada a Jesus?
Na época de Jesus havia vários tipos de pena de morte
· Morte por apedrejamento;
· Morte por estrangulamento;
· Morte por afogamento;
· Morte por fogueira;
· Morte por espada;
· Morte por óleo fervente.

Contudo, todas estas mortes tinham um problema – eram métodos rápidos de punir os malfeitores. Por isso, precisamente os persas e, posteriormente os romanos, inventaram um método de punição onde os condenados eram punidos lentamente. Eles inventaram a morte por crucificação. Trata-se de um método vagaroso e extremamente doloroso. Há registros históricos de homens que morreram depois de 9 dias pendurados em uma cruz. A crucificação está no topo da lista das mortes mais dolorosas e torturantes que já foram inventadas.

William Barclay chama a crucificação de “o terrível procedimento”. Cícero diz que a crucificação “é a mais cruel de todas as punições”. William Wilson, historiador, diz que “a crucificação não era apenas a mais dolorosas das mortes, mas também era considerada como a mais humilhante. O condenado era despido e permanecia exposto assim em sua agonia e, freqüentemente, os romanos negavam um funeral à vítima, deixando que seu corpo ficasse exposto na cruz até se decompor”.
Na época de Jesus essa era a pena estendida a criminosos que praticavam crimes punidos com a morte. A crucificação era destinada a escravos e para aqueles que haviam sido condenados pela prática de algum crime hediondo.
A morte por crucificação tinha dois objetivos:
a) Punir o criminoso com a dor no seu grau mais agudo e intenso.
b) Impressionar os telespectadores. Era um espetáculo público organizado de modo a se tornar inesquecível para aqueles que a testemunhassem. Os romanos desejavam com isso deixar bem claro na memória do povo que a penalidade por quebrar suas leis era brutal e extrema.

Era uma morte muito comum na época de Jesus. Mas naquela sexta-feira. Não era um simples criminoso que estava sendo crucificado. Não tratava-se de um ladrão ou mesmo de um assassino. Não estamos falando de alguém que estava sendo punido como conseqüência dos seus erros e pecados. Naquele dia estava sendo crucificado o próprio Deus.

A essa altura da nossa reflexão, cabe-nos uma questão: Se muitos prisioneiros morriam depois de dias pendurados na cruz, por que Jesus suportou apenas 6 horas de crucificação? O evangelista Marcos afirma que o próprio Pilatos admirou-se da rapidez na qual se deu a morte de Jesus (Mc 15:44). Para essa pergunta, há apenas uma única resposta: o sofrimento agudo que Jesus foi submetido.

Jesus sofreu tanto que ele foi incapaz de carregar sua própria cruz. Charles Swindoll diz que um homem na idade de Jesus conseguia carregar aquela cruz que pesava aproximadamente 70 Kg. Contudo, Jesus foi tão massacrado antes da crucificação que ele foi incapaz de carregá-la. Foi preciso que Simão Cireneu o ajudasse.

“Ninguém é capaz de retratar o real sofrimento de Jesus”
“Jesus sofreu agonias indescritíveis” (William Hendriksen)
Passemos a refletir sobre a dimensão dos sofrimentos de Jesus:

I – Sofrimento Emocional
Engana-se quem pensa que o sofrimento de Jesus começou na cruz. O sofrimento de Jesus começou no Getsêmani. Em Lucas diz: "E, estando em agonia, orava mais intensamente. E aconteceu que o seu suor se tornou como gotas de sangue caindo sobre a terra." (Lc 22:44).
Os médicos afirmam que o aconteceu com Jesus é um fenômeno muito raro. Acontece quando um indivíduo está sujeito a um estress emocional e uma agonia profunda e aguda. Daí, finos capilares nas glândulas sudoríparas podem se romper, misturando assim o sangue com o suor. Este processo poderia causar fraqueza e choque.
a) Jesus sabia o sofrimento que o esperava
b) Jesus estava sozinho
c) Jesus foi abandonado. Na cruz Jesus solto um grito desesperado de abandono e solidão “Eloí, Eloí, lamá sabactâni que quer dizer Meu Deus, Meu Deus, por que me desamparaste”.

O Pastor Silas Malafaia disse que Jesus foi o homem que experimentou a depressão mais profunda da humanidade.



II – Sofrimento Espiritual

Um outro tipo de sofrimento que não conseguimos mensurar diz respeito ao sofrimento espiritual.
Se houve um homem na face da terra que sofreu oposição do diabo foi Jesus.
· Sabe qual é parte da Bíblia onde encontramos com maior freqüência a atuação do diabo?
· Sabe quais são os livros da Bíblia que registram o maior número de possessões demoníacas?

Resposta: Os Evangelhos

“Parece até que o inferno inteiro se mudou para a Palestina a fim de fazer oposição ao ministério de Jesus” (George Ladd)

Nós não temos idéia da batalha espiritual que estava sendo travada.
Todos os demônios do inferno oprimindo o Senhor Jesus.
O diabo estava lá em pessoa.
Todos os pecados da humanidade.


III – Sofrimento Físico

A Crucificação de Cristo a partir de um ponto de vista médico de C. Truman Davis
Após a prisão no meio da noite, Jesus foi levado ao Sinédrio e Caifás o sumo sacerdote, onde sofreu o primeiro traumatismo físico. Jesus foi esbofeteado na face por um soldado, por manter-se em silêncio ao ser interrogado por Caifás. Os soldados do palácio tamparam seus olhos e zombaram dele, pedindo para que identificasse quem o estava batendo, e esbofeteavam a Sua face.
De manhã cedo, Jesus, surrado e com hematomas, desidratado, e exausto por não dormir, é levado ao Pretório da Fortaleza Antônia, o centro de governo do Procurador da Judéia, Pôncio Pilatos.
Após a sentença dá-se início ao açoite. Os preparativos para as chicotadas foram realizados quando o prisioneiro era despido de suas roupas, e suas mãos amarradas a um poste, acima de sua cabeça. O soldado romano dá um passo a frente com o flagrum (açoite) em sua mão. Este é um chicote com várias tiras pesadas de couro com duas pequenas bolas de chumbo amarradas nas pontas de cada tira. O pesado chicote é batido com toda força contra os ombros, costas e pernas de Jesus. Primeiramente as pesadas tiras de couro cortam apenas a pele. Então, conforme as chicotadas continuam, elas cortam os tecidos debaixo da pele, rompendo os capilares e veias da pele, causando marcas de sangue, e finalmente, hemorragia arterial de vasos da musculatura.
As pequenas bolas de chumbo primeiramente produzem grandes, profundos hematomas, que se rompem com as subseqüentes chicotadas. Finalmente, a pele das costas está pendurada em tiras e toda a área está uma irreconhecível massa de tecido ensangüentado. Quando é determinado, pelo centurião responsável, que o prisioneiro está a beira da morte, então o espancamento é encerrado.
Então, Jesus, quase desmaiando é desamarrado, e lhe é permitido cair no pavimento de pedra, molhado com Seu próprio sangue. Os soldados romanos vêm uma grande piada neste Judeu, que se dizia ser o Rei. Eles atiram um manto sobre os seus ombros e colocam um pau em suas mãos, como um cetro. Eles ainda precisam de uma coroa para completar a cena. Um pequeno galho flexível, coberto de longos espinhos é enrolado em forma de uma coroa e pressionado sobre Sua cabeça. Novamente, há uma intensa hemorragia (o couro do crânio é uma das regiões mais irrigadas do nosso corpo). Alguns espinhos da coroa de Jesus chegariam a ter até 9 cm de comprimento.
Após zombarem dele, e baterem em sua face, tiram o pau de suas mãos e batem em sua cabeça, fazendo com que os espinhos se aprofundem em sua cabeça. Finalmente, cansado de seu sádico esporte, o manto é retirado de suas costas. O manto, por sua vez, já havia aderido ao sangue e grudado nas feridas. Como em uma descuidada remoção de uma atadura cirúrgica, sua retirada causa dor toturante. As feridas começam a sangrar como se ele estivesse apanhando outra vez.
Em respeito ao costume dos judeus, os romanos devolvem a roupa de Jesus. A pesada barra horizontal da cruz á amarrada sobre seus ombros, e a procissão do Cristo condenado, dois ladrões e o destacamento dos soldados romanos para a execução, encabeçado por um centurião, começa a vagarosa jornada até o Gólgota. Apesar do esforço de andar ereto, o peso da madeira somado ao choque produzido pela grande perda de sangue, é demais para ele. Ele tropeça e cai. As lascas da madeira áspera rasgam a pele dilacerada e os músculos de seus ombros. Ele tenta se levantar, mas os músculos humanos já chegaram ao seu limite.
A crucificação começa: Jesus é oferecido vinho com mirra, um leve analgésico. Jesus se recusa a beber. Jesus é rapidamente jogado de costas, com seus ombros contra a madeira. O legionário procura a depressão entre os osso de seu pulso. Ele bate um pesado cravo de ferro quadrado de 12 cm que traspassa o pulso de Jesus, entrando na madeira. Rapidamente ele se move para o outro lado e repete a mesma ação, tomando o cuidado de não esticar os ombros demais, para possibilitar alguma flexão e movimento. A barra da cruz é então levantada e colocado em cima do poste, e sobre o topo é pregada a inscrição onde se lê: "Jesus de Nazaré, Rei dos Judeus".
O pé esquerdo agora é empurrado para trás contra o pé direito, e com ambos os pés estendidos, dedos dos pés para baixo, um cravo é batido através deles, deixando os joelhos dobrados moderadamente. A vítima agora é crucificada. Enquanto ele cai para baixo aos poucos, com mais peso nos cravos nos pulsos a dor insuportável corre pelos dedos e para cima dos braços para explodir no cérebro – os cravos nos pulsos estão pondo pressão nos nervos medianos. Quando ele se empurra para cima para evitar este tormento de alongamento, ele coloca seu peso inteiro no cravo que passa pelos pés. Novamente há a agonia queimando do cravo que rasga pelos nervos entre os ossos dos pés.
Neste ponto, outro fenômeno ocorre. Enquanto os braços se cansam, grandes ondas de cãibras percorrem seus músculos, causando intensa dor. Com estas cãibras, vem a dificuldade de empurrar-se para cima. Pendurado por seus braços, os músculos peitorais ficam paralisados, e o músculos intercostais incapazes de agir. O ar pode ser aspirado pelos pulmões, mas não pode ser expirado. Jesus luta para se levantar a fim de fazer uma respiração. Finalmente, dióxido de carbono é acumulado nos pulmões e no sangue, e as cãibras diminuem. Esporadicamente, ele é capaz de se levantar e expirar e inspirar o oxigênio vital. Sem dúvida, foi durante este período que Jesus consegui falar as sete frases registradas nos Evangelhos.
Ele passa horas de dor sem limite, ciclos de contorção, câimbras nas juntas, asfixia intermitente e parcial, intensa dor por causa das lascas enfiadas nos tecidos de suas costas dilaceradas, conforme ele se levanta contra o poste da cruz. Então outra dor agonizante começa. Uma profunda dor no peito, enquanto seu pericárdio se enche de um líquido que comprime o coração.
Agora está quase acabado - a perda de líquidos dos tecidos atinge um nível crítico - o coração comprimido se esforça para bombear o sangue grosso e pesado aos tecidos - os pulmões torturados tentam tomar pequenos golpes de ar. Os tecidos, marcados pela desidratação, mandam seus estímulos para o cérebro.
Uma esponja molhada em “posca”, o vinho azedo que era a bebida dos soldados romanos, é levantada aos seus lábios. Ele, aparentemente, não toma este líquido. O corpo de Jesus chega ao extremo, e ele pode sentir o calafrio da morte passando sobre seu corpo. Este acontecimento traz as suas próximas palavras - provavelmente, um pouco mais que um torturado suspiro “Está consumado!”. (João 19:30) Sua missão de sacrifício está concluída. Finalmente, ele pode permitir o seu corpo morrer.



CONCLUSÃO

A cruz não é o fim do ministério de Jesus
A cruz não simboliza a morte de Jesus
A cruz não simboliza a derrota de Jesus
Se o diabo, por algum momento, achou que matando Jesus ele colocaria um ponto final na obra de Jesus ele se enganou.

A cruz é o triunfo
A morte de Jesus significa vida
A prisão de Jesus significa libertação
Jesus venceu!

“Tendo cancelado o escrito de dívida, que era contra nós e que constava de ordenanças, o qual nos era prejudicial, removeu-o inteiramente, encravando-o na cruz; e, despojando os principados e as potestades, publicamente os expôs ao desprezo, triunfando deles na cruz” (Colossenses 2:14-15)


“Cancelou a conta da dívida que havia contra nós e que pela Lei éramos obrigados a pagar. Ele acabou com essa conta, pregando-a na cruz. E foi na cruz que Cristo tirou o poder dos governos e das autoridades espirituais. Ele fez desses poderes um espetáculo público, levando-os prisioneiros no seu desfile da vitória”. (Bíblia na Linguagem de Hoje)

Quando um guerreiro vencia uma batalha ele despia o seu inimigo, amarrava os seus braços e o laçava no seu cavalo. Então, ao entrar na sua cidade o guerreiro vinha montado em seu cavalo vitorioso, marchando pelas ruas recebendo o aplauso e admiração de todos, enquanto o inimigo, conquistado, vinha amarrado atrás. Foi exatamente isso que Cristo fez. A cruz era o desfile da vitória.

A sexta-feira da paixão é a data mais importante do cristianismo. Alguns teólogos dizem que é inclusive mais importante do que o natal.
Porque nesse dia Deus estava definitivamente...
· Libertando o homem do jugo do pecado; aleluia! Nós somos livres!
· Vencendo a morte! A morte já não tem mais poder sobre nós!
· Garantindo a salvação. Aleluia! Nós somos salvos!
Rev. Daniel Sampaio Mota

A Libertação do endemoninhado geraseno

A libertação do endemoninhado gadareno
Texto: Marcos 5:1-20

Introdução

O tema dado pelos biblistas para essa perícope é “A cura de um endemoninhado geraseno”. Entretanto, uma vez que esses temas não fazem parte do texto original, pois foram inseridos com o propósito de facilitar a leitura e localização dos textos, sinto-me muito à vontade de propor a troca da palavra cura por libertação. Isso porque a palavra cura está intimamente ligada à solução de problemas de natureza física. Contudo, esse não é o caso. Esse homem está sob uma condição de escravidão, opressão e possessão demoníaca. A libertação visa colocar em liberdade alguém que está cativo ou sujeito à escravidão de outrem. Portanto, esse homem não precisa de cura, mas de libertação.
Esse texto traz como primeiro ensinamento que nem todos os problemas que atravessamos são de origem humana. Existem problemas que são de origem espiritual. Não há remédio, não há médico, não há psicólogo..., não há especialista no mundo habilitado para promover alguma solução. É preciso ter discernimento acerca das lutas que travamos. O problema que esse homem portava tinha uma dimensão muito mais profunda.
O Rev. Hernandes Dias Lopes, comentando esse texto, cita o teólogo Warren Wiersbe, onde afirma que neste episódio há três forças trabalhando: Satanás, a sociedade e Jesus.

I – O que Satanás faz por esse homem

1 – Satanás destruiu a vida desse homem. A Bíblia afirma que o diabo veio par matar, roubar e destruir (Jo 10:10). A sua tarefa principal é arruinar a vida das pessoas.
a) Destruiu sua família – Esse homem não vivia mais em casa. Diz o texto que ele andava pelos sepulcros (v. 2). Sepulcro é caminho de morte. O homem que anda sem Deus caminha em direção à morte. Ele não tinha mais uma família. O primeiro alvo do diabo é destruir sua família.
b) Destruiu seus relacionamentos sociais – Esse homem já não tinha mais amigos. Sua condição de endemoninhado era tão grave que ele já não era mais aceito em nenhum segmento da sociedade. Esse homem tornou-se um ser solitário. Sua única companhia eram os demônios. Uma outra arma do diabo é essa: minar seus relacionamentos, isolar você. A solidão não é uma boa companhia.
c) Destruiu sua saúde física e mental – Esse homem se auto-flagelava (v. 5). Diz o texto que ele “feria-se com pedras”. Ele havia machucado tanta gente, agora passou a ferir-se a si mesmo. Além disso, havia se tornado um homem violento (v. 4 – “ninguém podia subjugá-lo”). Seu comportamento era de uma pessoa insana. O evangelista Lucas registra que ele havia perdido completamente o pudor, pois andava nu (Lc 8:27).
d) Esse homem não tinha paz (v. 5). Diz a bíblia que “andava sempre de dia e de noite, clamando por entre os sepulcros e pelos montes”. Era alguém atormentado. Não havia descanso nem para sua mente nem para a sua alma. Era um perturbado. A própria fisionomia daquele homem denunciava o seu estado.
e) Esse homem estava totalmente escravizado por Satanás. Você já questionou a razão pela qual Jesus perguntou o nome daquele demônio? William Hendricks afirma que a melhor explicação é a seguinte: Jesus perguntou o nome porque ele gostaria de revelar para o homem que estava sendo oprimido e também para os seus discípulos a terrível condição daquele homem. Não tratava-se de um simples demônio, mas uma casta, uma legião, mais precisamente 6 mil entidades. Legião era um exército de invasão. Sua ação era marcada pela crueldade e destruição. Por onde uma legião passava, deixava atrás de si um rastro de morte e destruição. Havia um exército de Satanás alojado em uma só pessoa. Aquele homem havia se tornado uma marionete de do diabo.

O diabo transformou esse homem num morto-vivo, morando num cemitério, sem esperança e sem perspectiva. Qual o valor de uma vida para satanás? Para satanás a vida não tem valor algum. A vida deve ser destruída. O homem deve viver subjugado e escravizado.

II – O que a sociedade fez por esse homem
1 – A sociedade afastou esse homem do convívio social. Ele foi arrancado da sua família, impedido de entrar na cidade. Esse homem foi considerado como um caso perdido. Alguém irrecuperável. Um dos problemas mais graves que assolam o nosso país é o problema da exclusão social. A nossa sociedade provoca o isolamento e a discriminação de determinados grupos sociais. Existem alguns grupos que as pessoas sentem ojeriza. Algumas pessoas estão à margem da sociedade. Vivem estigmatizadas, alheia e ignoradas pela sociedade. O impressionante é que se dermos uma olhada no ministério terreno de Jesus, veremos que eram exatamente essas pessoas com as quais Jesus trabalhava (pobres, prostitutas, publicanos, mendigos, etc). Foi exatamente isso que a população de Gadara fez, excluiu esse homem.

2 – A sociedade acorrentou esse homem.
A prisão foi o melhor remédio que encontraram para esse homem. Colocaram cadeias em suas mãos e em seus pés. Mas, nem mesmo a prisão pôde detê-lo. O sistema carcerário brasileiro registra índices de reincidência próximo a 70%. Isso é uma prova incontestável que o Estado não consegue recuperar pessoas. O triste histórico revela a incapacidade do nosso país em ressocializar as pessoas. Isso porque o maior e mais grave problema da humanidade chama-se pecado. E para isso, não há nada que a sociedade possa fazer. Não há absolutamente nada que o homem possa fazer a respeito. Somente Cristo.

3 – A sociedade deu mais valor aos porcos do que a esse homem. O texto afirma que a libertação daquele homem provocou certa revolta em parte da população porque desencadeou na morte dos porcos. Os porcos valiam mais que uma vida. Porque nessa sociedade você vale aquilo que você tem. Qual o valor da vida para a sociedade? Para a sociedade a vida tem valor, mas vale menos que um porco.

III – O que Jesus fez por esse homem


1 – Jesus valorizou aquele homem. Jesus atravessa um trajeto perigoso para salvar um único homem. O Mestre enfrentou uma tempestade para chegar aquele lugar. Vai à Gadara por causa de uma só pessoa. Gadara era uma cidade gentílica. Uma cidade de pecadores. Além disso, era considerada pelos judeus como uma cidade imunda. Isso se deve porque eram terras destinadas à criação de porcos. Os porcos eram tidos como animais imundos pela religião judaica. Assim sendo, um judeu jamais pisaria naquela cidade. Jesus muda seu itinerário, quebra com o tradicionalismo e rompe com as estruturas sociais para salvar um homem. Porque para Deus a vida de um homem é mais importante do que o mundo inteiro.

2 - Jesus o libertou. Os demônios não oferecem resistência a Jesus, porque sabiam que não tinha a menor condição para tal. Porque onde Jesus se faz presente, o diabo deve bater em retirada. Onde há luz as trevas se dissipam (1 Jo 3:8).

3 – Jesus devolveu dignidade
(v.15). Há um contraste imenso. O cenário é extremamente antagônico entre os primeiros versículos e o versículo 15. Senão vejamos:
Aquele que antes andava correndo angustiadamente, agora está sentado;
Aquele que antes andava gritando e clamando dia e noite, agora está em silêncio;
Aquele que escandalizava a todos andando em plena nudez, agora está vestido;
Aquele que tinha comportamentos insanos agora está em perfeito juízo;
Aquele que se mostrava violento e representava uma ameaça à paz coletiva, agora é uma pessoa dócil e sociável;
Aquele que pediu para que Jesus se afastasse dele agora deseja seguir Jesus.

4 – Jesus deu a ele uma missão (v. 18-20). Aquele homem deveria voltar para casa e reconstruir o seu lar. Refazer a sua vida. Este é o maior de todos os milagres. A salvação é o maior de todos os milagres. Você é um milagre de Deus! Você é um sinal vivo do poder transformador do Evangelho.

Qual o valor de uma vida para Jesus? Para Jesus a vida é tão cara que vale a pena todo e qualquer sacrifício para salvá-la. Sua vida é tão preciosa para Deus que custou a vida de seu próprio Filho. Agostinho disse que “Deus não tinha nada mais valioso para dar ao homem, exceto o melhor que Ele tinha – Ele deu a si mesmo; ele deu seu Filho”.